Informa Cidade

Furto de combustíveis em dutos da Transpetro registra alta em 2025 e reacende debate sobre segurança energética

Apesar de uma forte redução a partir de 2019, os casos de furto de combustíveis diretamente dos dutos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, voltaram a crescer em 2025. De acordo com levantamento divulgado pela companhia, que opera a maior malha de dutos do país com 8,5 mil quilômetros, foram registrados 17 casos até 30 de junho deste ano, representando uma média mensal de 2,83 ocorrências. Em comparação, todo o ano de 2024 teve 25 casos, com média de 2,08 por mês, o que indica um acréscimo de 36% na média mensal. Esses furtos, denominados “derivações clandestinas”, envolvem perfurações em tubulações subterrâneas para desviar produtos como gasolina e diesel. Um exemplo recente ocorreu em fevereiro no Rio de Janeiro, onde o contraventor Vinícius Dumond foi apontado como líder de uma quadrilha.

Além dos prejuízos financeiros, esses crimes geram riscos de desabastecimento, danos ambientais e ameaças à segurança de comunidades vizinhas. A Transpetro, que transporta petróleo e derivados por oleodutos equivalentes a uma linha reta de Porto Alegre a Natal ida e volta, investe R$ 100 milhões anualmente em medidas de proteção. O gerente executivo de Proteção de Dutos, Júlio Barreto, destacou que a empresa mantém um Centro de Controle operando 24 horas por dia, integrando estratégias como monitoramento com drones e inteligência artificial. Ele enfatizou que mesmo uma única derivação pode causar impactos graves, e defendeu o transporte por dutos como mais sustentável, evitando 99,5% das emissões de gases de efeito estufa em comparação ao rodoviário.

Os criminosos, que exigem certo grau de especialização para perfurar e extrair o combustível, preferem áreas remotas e horários noturnos, às vezes cavando túneis ou usando camuflagem. Para combater isso, a Transpetro oferece o Disque 168 para denúncias anônimas e promove ações de conscientização, como as programadas para 16 de agosto em estados como Alagoas, Amazonas e São Paulo, com serviços à população. No âmbito político, a empresa acompanha quatro projetos de lei no Congresso, incluindo o PL 8.455, que visa endurecer penas para esses delitos, atualmente equiparados a furto comum, e se dispõe a contribuir tecnicamente no debate.

Sair da versão mobile