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Privatização da Sabesp completa um ano com investimentos bilionários e críticas da oposição

A privatização da Sabesp, maior companhia de saneamento do Brasil, foi concluída em 23 de julho de 2024, após um processo iniciado em 2021 com a aprovação do Marco do Saneamento. O governo estadual vendeu 32% das ações por R$ 14,7 bilhões, com a Equatorial Participações e Investimentos adquirindo 15% sem concorrência, enquanto os demais 17% foram distribuídos a pessoas físicas, jurídicas e funcionários ao preço de R$ 67 por ação. Desde então, as ações valorizaram para cerca de R$ 110 cada. A empresa planeja investir R$ 70 bilhões até 2029, antecipando em quatro anos a universalização dos serviços de água e esgoto, e já destinou R$ 10,6 bilhões para esse fim.

Críticas à privatização vêm de sindicatos e oposição, como o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), que aponta perda de controle público, aceleração de terceirizações e demissões de mais de 2 mil funcionários desde a venda, incluindo adesões a um Plano de Demissão Voluntária motivadas por incerteza. O presidente do Sintaema, José Faggian, relata apreensão entre trabalhadores e riscos de acidentes devido à redução de equipes. Denúncias de cobranças abusivas levaram a pedidos de CPIs na Câmara de Vereadores de São Paulo e em Carapicuíba, embora a de São Paulo não tenha sido aprovada. Oposição, como parlamentares do PT, acusa desmonte e exclusão de comunidades periféricas no plano de universalização.

A Sabesp defende a transformação para eficiência, com geração de 40 mil empregos diretos e indiretos nos próximos dois anos, adoção de tecnologias como detecção de vazamentos por satélite e aumento na tarifa social, que beneficiou 70% mais famílias desde o fim de 2024. A empresa alterou a política de dividendos, elevando de 25% para até 100% do lucro líquido a partir de 2030, o que aumentou o fluxo de caixa para acionistas. A regulação agora é da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp), que monitora indicadores e metas. Nesta quarta-feira, o governo anunciou o Tarifa Social Paulista, com descontos de até 78% para famílias vulneráveis.

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