O relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de agosto trouxe surpresas ao mercado de milho, com a produtividade média nacional estimada em 188,8 bushels por acre, superando as expectativas dos analistas de 184,3 bushels por acre. Além disso, a área plantada foi revisada para cima, passando de 95,2 milhões para 97,3 milhões de acres, o que representa quase um recorde histórico, inferior apenas à safra de 2012/23. Essas cifras foram baseadas em pesquisas com produtores, mas podem ser ajustadas nos próximos relatórios WASDE, especialmente à medida que a colheita avança entre dezembro e janeiro.
As condições climáticas favoráveis, com chuvas acima da média entre meados de junho e final de julho em estados produtores chave, contribuíram para níveis recordes nas condições de lavoura semanais divulgadas pelo USDA. No entanto, uma análise da STAG Securities, que visitou 335 fazendas em estados como Iowa, Illinois e Nebraska – responsáveis por 80% a 85% da produção americana –, sugere que a produtividade real deve ficar entre 183,5 e 185 bushels por acre, apontando para possíveis ajustes para baixo nas estimativas oficiais.
Apesar da produção elevada, o cenário para os preços em Chicago permanece baixista, com pouca chance de os valores superarem 420 cents por bushel durante a colheita iminente. A elevação da área plantada pode gerar excedentes exportáveis, especialmente porque as premissas do USDA sobre maior consumo doméstico parecem pouco factíveis, e acordos comerciais limitam taxas de importação em alguns países.