Cúpula no Alasca: Trump e Putin negociam cessar-fogo na Ucrânia

Anchorage, capital do Alasca com 289 mil habitantes, sedia um encontro histórico entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia, que pode influenciar os rumos da guerra na Ucrânia. O conflito, iniciado pela invasão russa em 24 de fevereiro de 2022, completa 1.268 dias nesta sexta-feira (15/8) e já resultou em dezenas de milhares de mortes. A reunião ocorre na base aérea americana de Elmendorf-Richardson, nos arredores da cidade, em meio a ceticismo de analistas e da União Europeia, que teme um redesenho das fronteiras ucranianas. Trump optou por excluir o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky desta cúpula, mas acenou com uma possível reunião tripartite futura.

Trump, em entrevista à Fox News Radio, expressou otimismo moderado, citando 25% de chance de insucesso, e afirmou que não se deixará intimidar por Putin, prevendo avaliar o tom da conversa nos primeiros minutos. Ele mencionou que o encontro prepara o terreno para um acordo sobre fronteiras e territórios, evitando o termo “repartir”, mas reconhecendo discussões nessa linha. Putin, por sua vez, elogiou os esforços americanos para encerrar as hostilidades de forma sincera e benéfica a todas as partes. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, destacou a importância de garantias de segurança para o fim do conflito.

Especialistas expressam preocupações. Peter Zalmayev, diretor da Eurasia Democracy Initiative em Kiev, alertou que o sucesso para Trump pode vir às custas da soberania ucraniana, duvidando de uma negociação tripartite se Putin exigir concessões territoriais, desarmamento e renúncia à Otan, o que equivaleria a uma capitulação. Olexiy Haran, professor da Universidade de Kiev-Mohyla, apontou a imprevisibilidade do encontro, dependendo do alinhamento de Trump com a Rússia ou de pressão sobre Putin para um cessar-fogo, o que poderia viabilizar uma segunda reunião produtiva.

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