Atentado contra pré-candidato revive temores de violência política na Colômbia

O senador e pré-candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe, de 29 anos, foi baleado nas costas durante um ato político em Bogotá, ficando em estado crítico em um hospital da capital. O incidente ocorreu três dias antes de uma série de atentados em Cali, onde oito pessoas morreram e pelo menos 62 ficaram feridas em 24 ataques com carros-bomba, granadas e fuzis contra quartéis policiais e prédios públicos. As autoridades prenderam um adolescente de 15 anos como suspeito, que alegou ter agido por dinheiro para ajudar a família, enquanto investigam possíveis motivações ligadas à polarização política no país.

Os ataques em Cali, região estratégica para o tráfico de drogas, foram atribuídos pelo Ministério da Defesa ao Estado-Maior Central (EMC), a maior dissidência das antigas Farc, liderada por Iván “Mordisco”. Essa onda de violência evoca memórias dos anos 80 e 90, quando atentados contra candidatos presidenciais, como Luis Carlos Galán, Bernardo Jaramillo e Carlos Pizarro, marcaram o país, além do assassinato da jornalista Diana Turbay, mãe de Uribe. O prefeito de Cali, Alejandro Eder, comparou os eventos a 1989, destacando o recrudescimento de táticas usadas por guerrilhas, paramilitares e cartéis.

A escalada expõe falhas na política de “paz total” do presidente Gustavo Petro, que busca negociações com grupos armados como o EMC e o ELN, mas enfrenta críticas de leniência e fortalecimento desses grupos. Opositores, incluindo Uribe, acusam Petro de incitar o ódio, e políticos como Vicky Dávila e Daniel Quintero relataram ameaças. A ONU registrou quase 1 milhão de pessoas afetadas pela violência armada entre janeiro e abril, um aumento significativo, enquanto a polarização política agrava o debate sobre segurança e reformas, como a trabalhista proposta por Petro.

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