Pecuaristas em diversas regiões do Brasil estão enfrentando um problema crescente com o capim rabo-de-raposa, também conhecido como setária ou rabo-de-gato, que se alastra rapidamente em pastagens e compromete a produtividade. Em Belo Horizonte (MG), o produtor rural Fábio Nascimento lida com essa infestação em seu pasto de andropogon e buscou orientações especializadas. O engenheiro agrônomo Március Gracco, da Intensifique Consultoria Agropecuária, explicou em uma resposta técnica que o surgimento dessa erva daninha geralmente indica erros no manejo anterior, como gradeamento excessivo, que altera a composição do solo tornando-o mais arenoso e propenso a encharcamentos, além da alta acidez do solo, que desfavorece o desenvolvimento da forrageira principal.
Gracco destaca que o controle seletivo é desafiador, pois se trata de uma gramínea infestando outra, o que pode prejudicar o pasto desejado. A prevenção é a abordagem mais eficaz, começando com uma reforma bem-feita da pastagem, incluindo correções de solo e gradeamento controlado, além do uso de sementes de alta qualidade para evitar impurezas que introduzam o problema. Para áreas já infestadas, ele recomenda avaliar a densidade: se for alta, uma reforma completa pode ser a opção mais econômica; caso contrário, estratégias como catação manual com enxadão, embora trabalhosa, ou controle químico com glifosato em jato dirigido para infestações leves.
Em casos de infestação generalizada, misturas com trifluralina ou MSMA são indicadas, mas exigem umidade no solo e aplicação em plantas jovens, após roçada e com a chegada das chuvas, para maior eficácia. O especialista enfatiza que um manejo integrado, com atenção à qualidade das sementes e práticas culturais, é essencial para eliminar a competição prejudicial e garantir maior produtividade nas fazendas.