A Inpasa, empresa especializada em bioenergia, inaugurou em 1º de agosto a primeira fase de sua biorrefinaria em Balsas, no Maranhão, com o objetivo de intensificar o uso do sorgo na produção de etanol. Segundo Flávio Peruzzo, vice-presidente de Negócios e Originação da companhia, a meta é processar 50% de milho e 50% de sorgo, promovendo o cultivo dessa cultura que demanda menos água que o milho. Essa iniciativa visa atuar como agente de fomento ao sorgo no Brasil, especialmente em regiões com janelas curtas para o milho ou sem tradição de segunda safra, como a dobradinha soja-sorgo.
Peruzzo destacou que o sorgo não substitui o milho, mas introduz uma nova opção em áreas inexploradas, com a empresa oferecendo contratos futuros aos produtores locais para incentivar a produção. A unidade de Balsas, que recebeu investimento de R$ 2,5 bilhões – incluindo R$ 600 milhões do Banco do Nordeste –, processará anualmente 2 milhões de toneladas de cereais, gerando 925 milhões de litros de etanol, 490 mil toneladas de DDGS e 47 mil toneladas de óleo vegetal. A segunda fase da planta deve ser concluída em setembro, elevando a capacidade total da Inpasa no Brasil para 5,8 bilhões de litros de etanol por ano.
Embora o processo industrial seja similar ao do milho, o sorgo apresenta custos mais altos e menor rentabilidade, compensados pelo preço inferior da tonelada. No Maranhão, toda a produção de DDGS ficará no mercado interno, diferentemente das unidades no Centro-Oeste, que exportam parte significativa. A expansão inclui uma nova planta em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, prevista para abril de 2026, com compras antecipadas de sorgo. Peruzzo ressaltou a curva de aprendizado para integrar o sorgo, inclusive no Mato Grosso, maior produtor de milho do país.