O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que modifica e amplia tarifas recíprocas sobre produtos de diversos países, com alíquotas variando entre 10% e 50%. A medida, que entra em vigor a partir de 7 de agosto, afeta principalmente o Brasil com uma taxa de 50%, seguida por Síria (41%), Laos e Mianmar (40%), enquanto Reino Unido e Ilhas Malvinas recebem apenas 10%. No caso brasileiro, mais de 700 itens, incluindo suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves e metais, foram excluídos, o que especialistas veem como um recuo significativo. A Casa Branca justificou a ação como resposta a ameaças à segurança nacional, política externa e economia americana, motivadas por ações do governo brasileiro que prejudicam empresas e direitos de expressão nos EUA.
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que as negociações com os EUA estão apenas começando e que um programa de apoio aos setores afetados será anunciado em breve. Ele estimou que 35,9% das exportações brasileiras serão impactadas, mas sugeriu que as tarifas possam redirecionar produção para o mercado interno, contribuindo para a queda nos preços de alimentos como arroz, feijão, óleo de soja e frutas, graças a uma safra recorde e fatores como a queda do dólar. Alckmin ponderou que produtos como carne, café e peixes podem ser afetados, mas enfatizou que as exportações são complementares ao atendimento do mercado doméstico.
Em meio às tensões comerciais, o Federal Reserve manteve as taxas de juros entre 4,25% e 4,50%, reconhecendo incertezas econômicas, incluindo os efeitos do tarifaço de Trump, apesar da pressão do presidente por cortes. No Brasil, o Copom interrompeu o ciclo de altas e manteve a Selic em 15%, citando cautela diante do cenário externo adverso, com impactos da política comercial e fiscal americana sobre emergentes. Os mercados globais, incluindo o dólar e o Ibovespa, continuam avaliando esses desdobramentos, com o dólar acumulando alta de 0,71% na semana e o Ibovespa uma queda de 0,34%.