Escultura gigante homenageia Marielle Franco na Uerj em meio a celebrações antirracistas

Uma escultura de 11 metros de altura retratando a vereadora Marielle Franco foi inaugurada nesta segunda-feira (28) no campus principal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A obra, criada pelo artista Paulo Nazareth com materiais como madeira, metal e alumínio, integra o Julho das Pretas, um calendário de mobilizações contra a discriminação racial e pela justiça social. A cerimônia ocorreu no dia seguinte ao aniversário de Marielle, assassinada em 2018, e contou com a presença de sua família, incluindo a mãe Marinete da Silva, o pai Antonio Francisco da Silva Neto e a filha Luyara Franco. A escultura, parte da série Corte Seco, foi originalmente exibida na 34ª Bienal de São Paulo em 2021 e ficará na Uerj em regime de comodato por pelo menos um ano.

Familiares destacaram a simbologia da homenagem e a conexão de Marielle com a universidade. Marinete da Silva comparou o tamanho da escultura a um prédio de quatro andares, simbolizando a grandeza do legado da vereadora em educação e igualdade. O pai lembrou que Marielle participava de atos na Uerj, enquanto a irmã, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, formou-se em letras na instituição, e a filha Luyara estuda educação física lá. Luyara, diretora executiva do Instituto Marielle Franco, enfatizou que a obra celebra a vida da mãe como política, ativista e figura familiar, inspirando gerações. O pró-reitor Daniel Pinha representou a reitoria, afirmando que a estátua perpetua os valores de Marielle, alinhados à inclusão promovida pela Uerj, que reserva 45% das vagas para minorias via ações afirmativas.

O evento se insere em outras ações do Julho das Pretas, como a 11ª Marcha das Mulheres Negras em Copacabana e o Festival Latinidades em Brasília. Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos em março de 2018, com investigações apontando Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa como mandantes, réus no STF. Recentemente, os executores Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados a penas de 78 e 59 anos, respectivamente, enquanto outros envolvidos, como Rodrigo Ferreira e Camila Nogueira, receberam sentenças por obstrução de justiça.

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