Marfrig aposta em diversificação geográfica para driblar tarifas dos EUA

A Marfrig, uma das principais empresas de processamento de carne, planeja utilizar sua presença em múltiplos países para mitigar os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. De acordo com Rui Mendonda, CEO da operação na América do Sul, a diversificação geográfica oferece vantagens, especialmente com operações em frigoríficos na Argentina e no Uruguai, onde os preços da carne subiram 10% desde o início das tarifas. A companhia está otimista com o segundo trimestre, apesar das dificuldades geopolíticas, e busca mercados alternativos para a carne bovina brasileira que era exportada aos EUA, que representaram apenas 2% da receita de vendas na região.

Além disso, a Marfrig obteve 24 novas habilitações para exportação de carne bovina neste ano, destacando oportunidades em países como Filipinas e Indonésia, que abriram mercados para miúdos e carne com osso, produtos de rentabilidade interessante. David Tang, diretor financeiro, afirmou que a empresa avalia destinos substitutos ou o aumento na produção de hambúrgueres e processados para maximizar margens, sem reduzir a produção. As vendas para a China também são promissoras, com um aumento de 25% no preço médio no segundo trimestre e expectativas de aquecimento para o Ano Novo Chinês.

Na Europa, as operações na América do Sul viram um crescimento significativo, com o continente representando 22% da receita de vendas no trimestre, ante 14% no ano anterior, impulsionado por um aumento de 26% na ocupação de confinamentos no Brasil. A companhia expandiu sua capacidade de abate em 30% no país, igualando níveis anteriores à venda de plantas para a Minerva.

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