O setor cafeeiro no Brasil continua enfrentando um período de lentidão e incerteza, influenciado pela possibilidade de imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o mercado está avaliando estratégias para redirecionar a oferta em meio a esse cenário político-econômico volátil. A data de referência para essas análises é 23 de julho de 2025, destacando a necessidade de adaptações rápidas no comércio internacional.
O avanço da colheita no país contribui para aumentar a volatilidade, com maior disponibilidade de grãos no mercado. Para o café arábica, as atividades de colheita estão progredindo de forma satisfatória, enquanto para o robusta, as operações já se encontram praticamente concluídas. Essa maior oferta pressiona os preços e complica as negociações, especialmente em um contexto de barreiras comerciais impostas por decisões políticas nos EUA.
Uma das maiores preocupações do setor reside no impacto sobre o café solúvel, que utiliza o robusta como principal matéria-prima. As tarifas americanas, motivadas por disputas comerciais bilaterais, podem afetar significativamente as exportações brasileiras, forçando produtores e exportadores a buscar mercados alternativos. Pesquisadores do Cepea enfatizam que, sem uma resolução diplomática, o cenário pode prolongar a instabilidade, influenciando não apenas a economia cafeeira, mas também as relações políticas entre Brasil e Estados Unidos.