O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma Ordem Executiva impondo sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, citando sua atuação no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida declara emergência nacional para justificar tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros, embora exclua itens essenciais para a economia americana, como laranja, aço, minerais e combustíveis. Isso minimiza o impacto nas exportações brasileiras, afetando principalmente café e carne, setores ligados ao agronegócio.
Trump acusa Moraes de ser um “juiz tirânico” por supostamente perseguir empresas norte-americanas, censurar críticos e violar direitos de cidadãos dos EUA, incluindo investigações sobre Paulo Figueiredo. As sanções incluem revogação de vistos para Moraes, colegas do STF e familiares, além de medidas financeiras baseadas na Lei Magnitsky. Essa ação é vista como uma interferência na soberania brasileira e no Judiciário independente, condicionando relações comerciais a decisões judiciais favoráveis a aliados de Trump.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu em entrevista ao New York Times, afirmando que a alegação de perseguição a Bolsonaro não procede e defendendo a independência do Judiciário brasileiro. Diplomaticamente, o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington, para discutir apenas questões tarifárias e preservar laços comerciais. O STF emitiu nota solidária a Moraes, reiterando que o julgamento de crimes como tentativa de golpe de Estado é competência exclusiva da Justiça brasileira.
A retaliação afeta setores que apoiam Bolsonaro, ironicamente, e é motivada por disputas ideológicas em ano eleitoral nos EUA. Trump usa a retórica de defesa da liberdade de expressão para fortalecer sua base, criando um precedente perigoso para relações entre democracias.