A imposição de tarifas de até 50% sobre as importações brasileiras de suco de laranja pelos Estados Unidos representa um desafio significativo para a cadeia produtiva do Brasil, que vê no mercado americano um de seus principais destinos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), cerca de 80% do suco de laranja consumido no país é importado, com o Brasil e o México como os maiores fornecedores. Essa dependência é agravada pela crise na citricultura americana, especialmente na Flórida, onde a doença greening, ou Huanglongbing (HLB), transmitida pelo psilídeo Diaphorina citri, tem devastado os pomares.
Sem cura conhecida, o greening causa deformações nos frutos, redução no teor de suco e morte prematura das árvores, impactando a produtividade. Os dados do USDA indicam que a safra 2024/2025 da Flórida deve totalizar apenas 19,8 milhões de caixas de laranja, uma das menores da história, o que impulsiona as importações e reforça o papel do Brasil como fornecedor essencial.
Apesar de uma previsão de queda na safra brasileira atual, o país mantém capacidade de suprimento expressiva, com estimativas do Fundecitrus apontando para cerca de 232 milhões de caixas em 2024/2025, concentradas no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro. Dados da Secretaria de Comércio Exterior, compilados pela CitrusBR, mostram que, entre julho de 2024 e fevereiro de 2025, os EUA responderam por 37% das exportações brasileiras, principalmente na forma de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ).